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30 de julho de 2018

Convenção PCdoB: Manuela presidente! Por um Brasil com futuro

No dia 1º de agosto de 2018 (quarta-feira), no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) realizará sua Convenção Eleitoral Nacional. A partir das 14 horas, ocorre o ato político da Convenção que consagrará a indicação de Manuela d’Ávila, candidata à Presidência da República.
Além disso, a Convenção do PCdoB fará uma conclamação à unidade, desde já, das forças progressistas, visando à conquista da quinta vitória do povo brasileiro.
A candidatura de Manuela defenderá um novo projeto de desenvolvimento soberano, alicerçado na democracia, com geração de empregos, distribuição de renda, combate às desigualdades sociais, regionais e de gênero.
Reeleger Flávio Dino
A reeleição de Flávio Dino ao governo do Maranhão é outro destaque do projeto eleitoral do PCdoB. Devido ao sucesso de seu governo, lidera todas as pesquisas e reúne uma ampla coligação.
Bancada na Câmara e no Senado
O PCdoB lutará para reeleger e ampliar sua atual bancada de deputados e deputadas federais, ultrapassando a cláusula de desempenho.
O Partido também se empenhará pela reeleição da senadora Vanessa Grazziotin, no Amazonas e pela eleição, ao Senado, de Jô Morais, em Minas Gerais, Maria Lúcia, no Mato Grosso, Gregória Benário, na Paraíba, Everlei Martins no Rio Grande do Sul, Mário César, Mato Grosso do Sul, Marly do Esporte, no Paraná.
Nos estados
Há grande expectativa ainda em torno de cargos majoritários nos estados, tais como: Abgail Pereira, governadora no Rio Grande do Sul; Luciana Santos, vice-governadora em Pernambuco, Antenor Medeiros, vice-governador no Rio Grande do Norte e Oleno Matos, vice-governador em Roraima.
São centenas de candidatos a deputados estaduais com expectativa que o partido irá ampliar de modo significativo sua presença nas assembleias legislativas em todo o país.
Convite à imprensa
Na ocasião, reservaremos espaço para a coletiva de imprensa para o informe da presidenta do PCdoB, Luciana Santos e da pré-candidata Manuela d’Ávila, que acontecerá às 14h30.
O credenciamento da imprensa ocorrerá no mesmo dia, hora e local. Os interessados devem se inscrever para a retirada do crachá. Solicitamos que estejam portando o registro do veículo de imprensa e dados pessoais.
Serviço:
Ato da Convenção Eleitoral Nacional do PCdoB
Data: 1º de agosto, 14 horas
Coletiva de Imprensa, às 14h30
Local: Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados (Anexo II), em Brasília (DF).

14 de janeiro de 2018

América Latina terá eleições decisivas para a esquerda em 2018


Este ano de 2018 é uma faca de dois gumes para a esquerda latino-americana e caribenha. Países com peso político e econômico terão eleições presidenciais, e os candidatos progressistas têm chances de virar o jogo da contraofensiva neoliberal que começou com o golpe contra Manuel Zelaya em Honduras, em 2009, ao passo que a direita também pode avançar ainda mais e novamente enfraquecer o projeto de Pátria Grande.

Por Mariana Serafini

Houve um tempo recente - entre 2008 e 2010 - que a América Latina e o Caribe contabilizavam onze presidentes progressistas (veja lista no final da matéria). Desde 1999, quando Hugo Chávez inaugurou este novo ciclo na Venezuela, os países do sul do mundo ousaram tentar alterar a ordem vigente e tiveram avanços importantes. O Mercosul se fortaleceu, foi criada a Unasul, a Celac e a Alba, além do Brics, que desviou a rota comercial dependente apenas dos Estados Unidos e Europa para outros parceiros comerciais.


Porém, a direita começou a virar a mesa em 2009, com o golpe contra Manuel Zelaya, em Honduras. Depois disso vieram os golpes contra Lugo e Dilma. Argentina e Chile são os únicos países, dos que tiveram experiências de governos progressistas neste período, em que eles assumiram o poder através das urnas. Por isso essas eleições de 2018 são tão importantes, pode ser a manutenção do chamado ciclo progressista.

Colômbia

Na Colômbia serão realizadas as eleições legislativas em março e presidenciais em maio. Esta será a primeira vez que a antiga guerrilha, agora convertida em partido político, Farc, irá participar do pleito. Os ex-guerrilheiros vão concorrer a cargos no Parlamento e, certamente, terão peso importante ao apoiar um candidato à Presidência.


A ativista pelos direitos humanos, Piedad Córdoba (Partido Liberal Colombiano), confirmou sua candidatura à Presidência. Ela poderá ser a primeira presidenta mulher da Colômbia, além de ser progressista e ter uma trajetória marcada pela luta em defesa dos direitos sociais e da democracia.

Ao mesmo tempo, se o ex-presidente Álvaro Uribe voltar ao poder, ele pode colocar tudo a perder. O representante da extrema-direita no país já deu inúmeras declarações nas quais rechaça os acordos de paz entre o governo e as Farc e não fará nenhum esforço para seguir com este processo que foi conquistado em 2016.

Cuba

A ilha comunista viverá uma experiência inédita neste ano, será a primeira vez, desde a revolução, em 1959, que o presidente não é um membro da família Castro. Os cubanos vão às urnas em março para eleger o novo Parlamento que, por sua vez, decide quem será o substituto de Raúl Castro, este encerra seu mandato em 2018.

México

Sob o comando do neoliberal Enrique Peña Nieto, o México vive uma crise política e social sem precedentes. Atualmente, é o país mais perigoso para se exercer a profissão de jornalista. Desde o desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, em 2014, o quadro de assassinatos e desaparições forçadas não cessou.


O Estado completamente falido é incapaz de enfrentar o narcotráfico e implementar medidas que, de fato, protejam a população. Diante desta administração pública que mostrou a falência do neoliberalismo na prática, a esquerda tem ganhado espaço.

As eleições presidenciais e legislativas acontecerão em julho, e Andrés Manuel López Obrador, mais conhecido apenas pelos dois últimos nomes, do partido Movimento de Renovação Nacional (Morena), é uma figura política de esquerda que tem se destacado nos últimos anos e pode chegar ao segundo turno contra a nova opção neoliberal que ainda não está bem definida.


Além disso, esta será a primeira vez, desde a Revolução Zapatista, em 1994, que os zapatistas irão participar ativamente de uma eleição. A médica indígena María de Jesus Patricio Martínez, a Marichuy, foi escolhida pelo Congresso Nacional Indígena para disputar as presidenciais. O objetivo é se impor no debate e conquistar espaço para os povos indígenas.

Paraguai

Em abril os paraguaios vão às urnas para eleger o presidente pela segunda vez desde o golpe contra Fernando Lugo. Desta vez a Frente Guasu, coalizão dos partidos de esquerda comandada pelo ex-presidente, vai focar em se fortalecer no Parlamento. Atualmente conta com apenas seis senadores.

Ao longo destes seis anos pós-golpe, a esquerda não conseguiu se estruturar para novamente encabeçar uma chapa à presidência. E, uma vez mais, o aliado político da Frente Guasu será o PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), um dos responsáveis pelo golpe. Isso porque, as alianças municipais e estaduais seguem com esta mesma estrutura, a única capaz de sustentar – por enquanto – a coalizão de esquerda como uma força política relevante no país.

Brasil

Por fim, serão as primeiras eleições presidenciais do Brasil depois do golpe parlamentar que depôs a presidenta Dilma Rousseff em 2016. O cenário ainda é incerto, tanto a direita como a esquerda não têm claro quem serão suas peças no tabuleiro. A sombra de Lula amedronta de um lado e empolga de outro. A imprensa aposta na polarização entre uma extrema-direita inconsequente e uma esquerda radical para fortalecer seus velhos personagens da direita neoliberal.

Ciclo progressista na América Latina

Argentina
Néstor Kirchner (2003 – 2007)
Cristina Kirchner (2007 – 2015)

Brasil
Lula (2003 – 20010)
Dilma (2011 – 2016)

Bolívia
Evo Morales (2006 – até agora)

Chile
Michelle Bachelet (2006 – 2010 e 2014-2018)

Cuba
Raúl Castro (2008 – 2018)

Equador
Rafael Correa (2007 – 2017)
Lenín Moreno (2017 – até agora)

Honduras
Manuel Zelaya (2006 – 2009)

Nicarágua
Daniel Ortega (2006 – até agora)

Paraguai
Fernando Lugo (2008 – 2012)

Uruguai
Tabaré Vásquez (2005 – 2010)
José Mujica (2010 – 2015)
Tabaré Vázquez (2015 – até agora)

Venezuela
Hugo Chávez (1999 – 2013)
Nicolás Maduro (2013 – até agora)


Do Portal Vermelho

25 de outubro de 2017

PCdoB na TV aborda resistência contra retrocesso de Temer

O programa nacional do PCdoB foi exibido nesta terça-feira (24) em cadeia de rádio e televisão em todo o país. Ele retrata de forma lúdica sobre a conjuntura de crise em que o país atravessa e chama a atenção aos graves retrocessos nos direitos sociais providos pelo governo de Temer. Gravado em Olinda e no sertão pernambucano, o programa fala da resistência sertaneja por meio de cordel animado. Para o PCdoB, se for necessário o povo, para fazer um país novo, ele não vai faltar”

Assista a íntegra abaixo:
Na campanha nacional no rádio e na TV, o PCdoB reverbera que contra o atraso é preciso lutar por uma nova independência do Brasil.

Com a participação das principais lideranças do PCdoB, o programa exibe falas da presidenta nacional, deputada Luciana Santos (PE), a senadora Vanessa Grazziotin (AM), o governador Flávio Dino (MA), a líder do PCdoB na Câmara, Alice Portugal (BA), os deputados federais Orlando Silva (SP) e Jandira Feghali (RJ), a estadual Manuela D’Ávila, além do prefeito de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira e lideranças sociais, como o presidente da CTB, Adilson Araújo e a presidenta da UNE, Marianna Dias.

Gravadas na cidade de Olinda, primeira capital de Pernambuco e uma das antigas do país, a campanha de TV rememora o passado de resistência do povo brasileiro contra a exploração territorial dos estrangeiros.

Fundada em 1537, Olinda foi um cenário de revoltas populares, de resistências do povo contra a aristocracia rural, política e contra a exploração dos seus colonizadores estrangeiros. Dessa época restou uma paisagem cultural de arquitetura colonial.

Legado comunista

Já nos anos 2000, Olinda foi governada pela primeira vez por uma comunista, a hoje presidenta nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos que foi reeleita em 2004, no primeiro turno e exerceu o mandato até 2008. Deixando um legado de importantes obras e fundamental infraestrutura para a cidade, valorizando também a cultura popular.

Para denunciar o governo entreguista de Temer, o PCdoB foi à margem do rio São Francisco, na usina da Chesf, no sertão pernambucano, uma das mais belas paisagens do Brasil, com seus contrastes para falar da resistência sertaneja.

Inserções

Dando sequência à campanha, as inserções serão exibidas nos dias 3, 4, 6 e 7, sempre a partir das 19h30.

A propaganda partidária é de responsabilidade do Comitê Central, sob o comando da secretaria nacional de Comunicação. A roteirização e edição da obra audiovisual ficou a cargo da produtora Clementina Filmes e Criação.

Da redação

8 de outubro de 2017

Datafolha: Doria decepciona paulistanos e despenca 9 pontos


Avaliação positiva da gestão cai 9 pontos e chega a 32%. Metade da cidade não votaria "de jeito nenhum" no empresário tucano para presidente.
A popularidade de João Doria, prefeito de São Paulo, despencou entre os paulistanos após o tucano passar a flertar com uma candidatura à presidência e intensificar viagens e articulações políticas para 2018.

Segundo levantamento Datafolha divulgado neste domingo (8), a gestão Doria é considerada ótima ou boa por 32% da população, uma queda de nove pontos com relação à última pesquisa feita pelo instituto, em junho. Agora, Doria faz uma gestão regular para 40% e ruim/péssima para 26%. Em junho, os índices eram de 34% e 22%, respectivamente. Conhecido pelo marketing agressivo, o receituário neoliberal combinado com antipetismo e pela íntima relação com empresários, Doria também vê subir a rejeição a uma possível candidatura em 2018. Mais da metade dos paulistanos (55%) não votaria no tucano "de jeito nenhum", ante 42% registrados na pesquisa anterior. Votariam em Doria com certeza 18% (antes eram 26%) e 24% talvez optassem pelo prefeito.

Apresentando-se como o rosto da "nova política", o tucano venceu a guerra dentro do próprio partido e desbancou o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ainda no primeiro turno da disputa eleitoral. Nove meses após a posse, porém, a gestão Doria está sendo uma decepção para 64% dos entrevistados, que acreditam que o prefeito está fazendo menos do que o esperado pela cidade. Nos bairros, o índice sobe para 75%. A população também não vê com bons olhos a relação entre Doria e o empresariado, considerada não transparente para 46%.

A maratona de viagens também parece testar a paciência do paulistano. Para metade deles, o prefeito viaja "mais do que deveria", outros 40% acreditam que a frequência é adequada ao cargo. O morador de São Paulo acha que a agenda de Doria fora do município traz mais prejuízos do que benefícios (49%) para a cidade e 77% avaliam que a "globalização da prefeitura" beneficiam o prefeito pessoalmente. Em agosto, com apenas 7 meses de gestão, o tucano já havia superado em três vezes o ritmo de viagens do ex-prefeito no mesmo período. 

Criticado, Doria chegou a afirmar em agosto que não via problemas com as suas ausências na prefeitura, já que a tecnologia o ajudaria a ficar "ligado" na gestão da cidade. A pesquisa, porém, indica que os paulistanos não concordam com essa visão. 

Além disso, para 58% o empresário deveria continuar à frente da prefeitura, apesar de apenas 25% acreditarem que ele cumprirá o mandato. 

Fonte: CartaCapital

7 de outubro de 2017

PCdoB lamenta a morte de Davi Ramos


A morte de Davi Ramos, membro do Comitê Central do PCdoB, ex-vereador e líder sindical e comunitário, causou grande consternação entre dirigentes e militantes do partido. Davi morreu nesta sexta-feira feira, vítima de complicações cardíacas. Para a presidenta do PCdoB Luciana Santos, sua trajetória honrou o partido. Davi foi sepultado na tarde deste sábado (7), em Americana.
Davi Ramos cumpriu trajetória política marcante (Foto: Arquivo)
Internado desde o dia 30 de setembro com endocardite aguda, o dirigente nacional do PCdoB Davi Ramos faleceu na tarde desta sexta-feira (6) em São Paulo. Logo que tomou conhecimento da morte de Davi, a presidenta nacional do PCdoB enviou uma mensagem de pêsames à família em nome do Comitê Central. A mensagem afirma que Ramos “nos honrou com com sua participação efetiva na nobre tarefa de defender os direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro, e de lutar por um mundo melhor e mais justo”. 

O deputado federal Orlando Silva, presidente estadual do PCdoB/SP afirmou que, devido à morte de Davi Ramos, a sexta-feira (6) foi “um dia muito triste para o PCdoB e para todos os que lutam por direitos e uma sociedade mais justa”. Orlando destacou a trajetória de Davi como “operário químico, fundador e presidente do sindicato em Americana, vereador por vários mandatos e, principalmente, um abnegado construtor do Partido Comunista do Brasil”. O presidente do PCdoB/SP afirmou ainda que Ramos sabia que só pela política é possível conquistar transformações, lamentou profundamente a perda de um grande amigo e transmitiu seus sentimentos à família e aos camaradas da cidade.

A direção estadual do PCdoB de São Paulo também se manifestou através de nota em que expressa o pesar pela partida Davi Gonçalves Ramos e se solidariza aos familiares. O PCdoB/SP registra a atuação de ao longo de décadas “construindo Partido em vários rincões, muito além da região de Americana e formando toda uma geração de novos quadros. Sua partida, na tarde de hoje, deixa uma grande lacuna nas fileiras partidárias. (...) Por seu caráter, valente e determinado, realizou um grande trabalho político em defesa de uma sociedade mais justa”. A nota encerra afirmando que “por seu caráter e determinação, deixa grandes lembranças nos corações dos que o conheceram e fará imensa falta a todos que lutam por um país melhor e justo”.

Diversos companheiros de militância de Davi deram depoimentos à seu respeito. Um dos mais tocantes é o do sociólogo e dirigente estadual do PCdoB/SP Rodrigo Carvalho, que “aos 16 anos vivia para vivia para cima e para baixo no movimento estudantil” e conheceu Davi que vivia do mesmo jeito no movimento sindical. “Vivemos tempos difíceis, lutas inglórias. Riamos muito e tivemos muita energia para lutar pelas nossas convicções”, relatou. A convivência aumentou quando ambos passaram a integrar a direção estadual do PCdoB. “Naturalmente a aproximação trouxe mais apreço e também mais ruídos. Não foi uma ou duas vezes que divergimos e tivemos até debates acalorados. Toda vez que isso acontecia, dávamos um jeito de nos reaproximar rapidamente. De algum modo nossas opiniões sempre foram convergentes”, afirmou Rodrigo para quem Davi foi um comunista e acima de tudo, um valente. “Para quem acredita ele estará lá em cima, criando as condições para um novo projeto popular! Salve Davi! “, finalizou.

Trajetória

Nascido em Lajes (SP), em 16 de agosto de 1962, filho de Diorando Gonçalves Ramos e dona Nadir Janasco, Davi Gonçalves Ramos mudou-se para Americana em 1974. Era casado com Renata e pai de três filhos: Cézar, com 22 anos; vitória, com 9 e Davi, com 3.

Iniciou sua militância em 1979, na juventude do MDB (atual PMDB). Filiou-se ao PCdoB em 1984, no processo de legalização do partido. Operário químico, fundou e presidiu o Sindicato dos Químicos de Americana. Também presidiu a Facesp (Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo) e foi conselheiro do Conselho Nacional das Cidades.

Foi vereador por quatro mandatos, de 1997 a 2008 e de 2013 a 2016, integrante da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Americana em três biênios, o último 2015-2016. Secretário Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Americana, foi o grande responsável pela entrega de mais de 7.000 à população. Em 2008, concorreu ao executivo municipal como candidato a vice-prefeito.

Incansável construtor do partido em São Paulo, era membro do Comitê Central, da Comissão Política Estadual e do Comitê Municipal de Americana. Grande liderança, respeitado e admirado em todo o estado, foi responsável pela formando e construção do Partido nos mais diversos municípios. Sempre alegre e sorridente, quando entre amigos e parentes gostava de cantar e contar piada. Davi Gonçalves Ramos, exemplo da civilização brasileira.

Do Vermelho/São Paulo

5 de outubro de 2017

PCdoB debate conjuntura política com representantes de países árabes


Uma delegação do PCdoB, chefiada pela presidente nacional Luciana Santos, esteve nesta quarta-feira (4) em reunião com embaixadores de países árabes em Brasília. A líder da Bancada na Câmara, Alice Portugal (PCdoB-BA), e os deputados federais do PCdoB Jandira Feghali (RJ), Moisés Diniz (AC), Professora Marcivânia (AP), Orlando Silva (SP), Assis Melo (RS) e Davidson Magalhães (BA) também participaram do encontro.

O anfitrião da reunião foi o Embaixador da Palestina, Ibrahim Mohamed Khalin Alzeben, que abriu as portas da nova Embaixada do Estado da Palestina em Brasília, uma belíssima réplica da Mesquita de Al Aqsa de Jerusalém.

Ao agradecer o convite, a presidente Luciana Santos fez uma larga exposição da situação do Brasil após um ano do golpe parlamentar que retirou o mandato popular da então presidenta da República Dilma Rousseff. Segundo Luciana, neste período, o país aprofundou o desemprego e a recessão econômica, perdeu o vigor e a pujança de suas Relações Exteriores, parte para um processo de desnacionalização de importantes e estratégicos setores nacionais, ampliou sua desindustrialização, proliferou os cortes dos programas sociais, voltou ao mapa da fome, vive uma escalada de violência urbana. Tudo isso sem falar da profunda desestabilização do seu regime democrático.

Já Alice Portugal falou sobre o papel que os parlamentares do PCdoB têm desempenhado dentro da Câmara e do Senado. Em um processo de resistência ativa, os parlamentares prosseguem na defesa do povo e dos trabalhadores brasileiros, tentam evitar maiores cortes nos investimentos sociais, privatizações, prejuízos às leis laborais e de previdência. Seguem atuando em compasso com a solidariedade internacional aos povos, como o povo Palestino e denunciando os crimes de guerra, como os cometidos contra a Síria e a desestabilização de países soberanos, como a Venezuela.


Embaixadores do Iraque, da Jordânia e da Palestina agradeceram a presença dos parlamentares comunistas, bem como as valiosas informações prestadas sobre a atual conjuntura do Brasil. O Embaixador do Iraque agradeceu o encontro e expôs a preocupação de seu país com a atual situação no Oriente Médio, com persistente desestabilização promovida por Israel.

O Embaixador da Jordânia parabenizou o PCdoB pela expressiva participação de mulheres entre os quadros mais destacados do partido e pela permanente solidariedade dos comunistas com as causas caras à região, dando como exemplo o apoio ao povo palestino. O embaixador da Palestina aproveitou para informar sobre a proximidade do dia 29 de novembro, data que em 2017 completa 70 anos da partilha da Palestina realizada pela ONU, e aproveitou para pedir o empenho do PCdoB para que a data seja lembrada no parlamento brasileiro.

A reunião teve a participação dos Embaixadores do Catar, Mohammed Ahmed Hassan Alhayki, da Jordânia, Malek Twal, da Líbia, Khaled Zayed Ramadan Dahan, do Egito, Alaaeldin Wagih Roushdy do Iraque, Arshad Omar Esmaeel, do Marrocos, Nabil Adghoghi, da Tunísia Mohamed Hedi Soltani, do Sudão, Amad Hamood Salim Al Abri, da Liga Árabe, Nacer Alem e os ministros-conselheiros das Embaixadas da Argélia, Messaoud Akroum, da Mauritânia, Baba Bachir e do Kuweit, Abd El Aziz El Azmi.

Pelo Comitê Central do PCdoB, estiveram presentes Augusto Madeira e Ana Prestes. Os assessores Marcos Tenório e Pedro Oliveira acompanharam a discussão.


De Brasília, Ana Prestes, fotos Richard Silva/PCdoB na Câmara

4 de outubro de 2017

CCJ do Senado aprova fim da estabilidade do servidor público

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) regras para a demissão de servidor público estável por "insuficiência de desempenho", aplicáveis a todos os Poderes, nos níveis federal, estadual e municipal. A proposta gerou um debate de quase duas horas antes de sua votação, e foi aprovada por nove votos contra quatro. 

    Pedro França/Agência Senado
              Senadora Vanessa Grazziotin critica proposta e defende rejeição nas demais comissões

A regulamentação tem por base o substitutivo apresentado pelo relator, senador Lasier Martins (PSD-RS), ao projeto de lei (PLS 116/2017 – Complementar) da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE). A matéria ainda passará por outras três comissões.

Pelo texto, o desempenho funcional dos servidores deverá ser apurado anualmente por uma comissão avaliadora e levar em conta, entre outros fatores, a produtividade e a qualidade do serviço. Deve ser garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa.

Critérios

A apuração do desempenho do funcionalismo deverá ser feita entre 1º de maio de um ano e 30 de abril do ano seguinte. Produtividade e qualidade serão os fatores avaliativos fixos, associados a outros cinco fatores variáveis, escolhidos em função das principais atividades exercidas pelo servidor no período. Estão listados, entre outros, “inovação, responsabilidade, capacidade de iniciativa, foco no usuário/cidadão”.

A ideia é que os fatores de avaliação fixos contribuam com até metade da nota final apurada. Os fatores variáveis deverão corresponder, cada um, a até 10% da nota. A depender da nota final, dentro de faixa de zero a dez, o desempenho funcional será conceituado dentro da seguinte escala: superação (S), igual ou superior a oito pontos; atendimento (A), igual ou superior a cinco e inferior a oito pontos; atendimento parcial (P), igual ou superior a três pontos e inferior a cinco pontos; não atendimento (N), inferior a três pontos.

Demissão

A possibilidade de demissão estará configurada, segundo o substitutivo, quando o servidor público estável obtiver conceito N (não atendimento) nas duas últimas avaliações ou não alcançar o conceito P (atendimento parcial) na média tirada nas cinco últimas avaliações. Quem discordar do conceito atribuído ao seu desempenho funcional poderá pedir reconsideração ao setor de recurso humanos dentro de dez dias de sua divulgação. A resposta terá de ser dada no mesmo prazo.

Também caberá recurso da decisão que negar, total ou parcialmente, o pedido de reconsideração. Mas essa a possibilidade só será aberta ao servidor que tiver recebido conceito P ou N. O órgão de recursos humanos terá 15 dias, prorrogáveis por igual período, para decidir sobre o recurso.

Esgotadas todas essas etapas, o servidor estável ameaçado de demissão ainda terá prazo de 15 dias para apresentar suas alegações finais à autoridade máxima da instituição onde trabalha. O substitutivo deixa claro também que a insuficiência de desempenho relacionada a problemas de saúde e psicossociais poderá dar causa à demissão, mas apenas se a falta de colaboração do servidor no cumprimento das ações de melhoria de seu desempenho não decorrer exclusivamente dessas circunstâncias.

Rejeição

Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o projeto é mais uma tentativa de desmonte do Estado e retirada dos serviços básicos da população.

“Com o discurso da eficiência querem acabar com a saúde e a educação públicas. Ele passou na CCJ, mas será derrotado nas outras comissões”, defendeu.

Para ela, há o risco de se cometer inúmeras injustiças com os servidores. Além disso, para a senadora, o projeto tem vício constitucional, pois iniciativas referentes a carreiras de servidores caberiam apenas ao Executivo. 


Fonte: Agência Senado

Movimento LGBT apresenta agenda de luta no Congresso

Representantes do movimento em defesa dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais, travestis, pessoas trans e intersexuais apresentaram aos parlamentares do PCdoB a Carta da Diversidade em reunião nesta quarta-feira (4) na Câmara dos Deputados. A iniciativa também é apoiada por ativistas e integrantes de 15 partidos (PCdoB, PDT, PMDB, DEM, PP, PPS, Podemos, PSB, PSD, PSDB, PSOL, PT, PTB, PV e Rede Sustentabilidade).

    Richard Silva/PCdoB na Câmara
                        Comunistas recebem grupo para discutir demandas prioritárias listadas na Carta da Diversidade

A Plataforma Nacional dos Direitos Humanos e de Cidadania das Pessoas LGBTI+ na Agenda Legislativa e de Litigância Estratégica defende a aprovação de projetos que garantam a plena cidadania, sem discriminação, beneficiando mulheres, negros, trabalhadores, além da população LGBTI. A ideia é garantir uma legislação que assegure a punição de crimes de ódio cometidos em razão da orientação sexual, o respeito à identidade de gênero e direitos de família, como adoção e herança. Em outra frente, a prioridade é acelerar a apreciação de processos que estão na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF), como a criminalização da LGBTIfobia, equiparando-a ao racismo. A carta é assinada pela Aliança Nacional LGBTI, presidida por Tony Reis.

Alice Portugal demonstrou compromisso com a luta por direitos LGBT. A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos (PE), e os deputados Chico Lopes (PCdoB-CE) e Orlando Silva (PCdoB-SP) também participaram do encontro na Liderança do partido.

Para o presidente da UNA LGBT, Andrey Lemos, o movimento LGBT está demonstrando protagonismo ao criar uma união de forças, uma convergência contra o conservadorismo. “É fundamental nos unirmos neste momento político do país em que o fascismo avança. Temos de promover o respeito à diversidade. A identidade de gênero é expressão da humanidade e precisa ser respeitada. Parlamentares de direita e de esquerda estão juntos defendendo direitos e a democracia”, destacou Andrey Lemos.

Na terça-feira (3), os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também receberam a visita do movimento. Eunício se comprometeu a colocar propostas em votação, assim que os ativistas garantirem votos para aprovação no Plenário da Casa.

A mobilização no Parlamento foi encerrada com atividade no Salão Nobre da Câmara na tarde quarta-feira. O documento também deve ser entregue a representantes do Executivo e do Judiciário.


Fonte: PCdoB na Câmara

5 de fevereiro de 2017

Mauro Santayana: O cerco aos bancos públicos e o futuro do Brasil

Estamos entregando o país aos negócios privados, principalmente estrangeiros, à revelia da sociedade brasileira.


Nos últimos meses, o governo brasileiro não apenas está tomando medidas temerárias do ponto de vista estratégico como também o está fazendo na contramão do mundo, em um momento em que o nacionalismo e o Estado se fortalecem, como reação à globalização, até mesmo pelas mãos da extrema direita, nos países mais desenvolvidos.

O que vem sendo apresentado, com a cumplicidade de uma mídia imediatista, irresponsável e descomprometida com os objetivos nacionais, não passa de uma sucessão de “negócios” apressados e empíricos que têm como único norte o acelerado desmonte, esquartejamento e inviabilização em poucos anos, do Estado, com deletérias, estratégicas, e talvez irreversíveis consequências para o futuro.

Estamos entregando o país aos negócios privados, principalmente estrangeiros, em transações gigantescas, feitas a toque de caixa, que envolvem bilhões de dólares. Na maioria das vezes, à revelia da sociedade brasileira, a ponto de muitas estarem sendo realizadas até mesmo sem licitação, como está ocorrendo com a “venda” e desnacionalização de poços do pré-sal e de outros ativos.

Tudo isso com uma fúria privatista que só encontra paralelo nos nefastos mandatos de Fernando Henrique Cardoso, que tiveram como principais consequências econômicas a duplicação da dívida líquida pública e a queda do crédito, do PIB, da renda assalariada e do trabalho formal ao fim de seus oito anos de governo.

Se o recuo estratégico é grave em setores primordiais, como energia, infraestrutura e defesa, ele atinge também, drasticamente, os bancos públicos.

Assim como não existem grandes países sem grandes empresas nacionais, também não existem grandes nações que possam prescindir de um forte sistema financeiro público para que se desenvolvam estratégica e soberanamente.

Não se trata apenas, como ocorria no passado, do direito de cunhar moeda, mas de ter instrumentos que possam garantir que a roda da economia continue girando.

Nos últimos anos, o BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil foram cruciais para manter o país crescendo, investindo na “bancarização” da população e na expansão do crédito.

O volume de crédito em circulação, que caiu de 36% para 23,8% do PIB nos governos de FHC, mais do que duplicou nos governos do PT, até atingir 54,2% em dezembro de 2015.

Sem o financiamento à indústria e à agricultura teria sido impossível, para o país, enfrentar a longa sucessão de graves crises que vêm atingindo o mundo ocidental e o capitalismo desde 2008, quando a banca privada se retraiu, deixando de emprestar dinheiro e passou a investir, como sempre fez historicamente, basicamente em títulos do governo.

Com isso, embora o lucro dos bancos tenha aumentado mais de 400% na era Lula com relação ao governo anterior, as instituições públicas se expandiram mais do que as particulares, aumentando a variedade e quantidade dos serviços prestados a seus clientes, sua oferta de crédito, seus lucros e sua presença na economia nacional.

E como o atual governo responde a esse imprescindível papel estratégico?

Pega carona e incentiva a campanha, com forte componente ideológico, que se está desenvolvendo na mídia e nas redes sociais, contra o BNDES.

Promove a estúpida, suicida e inexplicável eliminação de R$ 100 bilhões dos ativos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, que estão sendo repassados ao Tesouro, para suposto “abatimento” cosmético e irrelevante da dívida pública, em um momento em que o país é apenas a 40ª nação do mundo em endividamento, e se encontra mergulhado em grave recessão.

Reforça essa política de terra arrasada com a interrupção e eliminação, pela atual diretoria do BNDES, de projetos de exportação de serviços de engenharia de empresas já atingidas em bilhões de dólares, pelo tsunami punitivo da Operação Lava Jato.

Com isso, morrem no nascedouro milhares de empregos que poderiam surgir por meio de alguns dos maiores expoentes da engenharia nacional e de centenas de médias e pequenas empresas de sua cadeia de fornecedores.

O governo estende os nefastos efeitos dessa abordagem destrutiva do Banco do Brasil e da Caixa – apelando para a velha desculpa da busca de “eficiência” – promovendo seu desmanche e “enxugamento”, com o já anunciado fechamento de centenas de agências e a demissão “incentivada” de milhares de funcionários, em um momento em que dezenas de municípios, para o enfrentamento da crise, não poderiam prescindir da presença e do apoio dessas instituições.

Quais são as razões que se escondem por trás disso? Por que e para que torcer o pescoço das galinhas dos ovos de ouro da economia nacional que, além de manter o país funcionando, deram altíssimos retornos para seus acionistas e para a União e estão ligadas a conquistas de enorme importância social, como a construção de 3,5 milhões de casas populares nos últimos anos?

De 2010, para cá, o BNDES, além de emprestar centenas de bilhões de reais para grandes, médias e pequenas empresas, teve mais de R$ 40 bilhões de lucro. O Banco do Brasil alcançou, em 2011, um lucro líquido de mais de R$ 12 bilhões e chegou a mais de R$ 14 bilhões em 2015. Os seus ativos, que eram de quase R$ 1 trilhão em 2011, chegam a quase R$ 1,5 trilhão este ano. A Caixa Econômica Federal lucrou quase R$ 4 bilhões em 2011 e expandiu seus resultados para 7,2 bilhões em 2015.

De que tipo de “reestruturação” esses bancos precisam? De mandar gente embora para fazer com que os que vão ficar trabalhem o triplo – cada funcionário de agência do Banco do Brasil já é responsável, em média, pelo atendimento a quase 450 contas da instituição – e comecem a cometer falhas, e fazer os clientes pensarem em migrar para os bancos privados?

Não se pode compreender esse cerco à banca pública a não ser como um desejo subjacente de abrir mercado para a banca privada, embora esta não tenha deixado de multiplicar também seus ganhos.
Deve assustar, sobretudo, a possibilidade que os bancos públicos têm, a qualquer momento, de regular indiretamente o mercado, sempre que necessário, baixando as suas taxas de juros e as tarifas que cobram da população.

Mas essa deliberada e injustificável estratégia de sabotagem e sufocamento dos bancos públicos pode ter, também, outras intenções.

Como sempre ocorre, ela abre caminho para que se possa dizer que eles estão operando mal ou perdendo dinheiro, e que devem ser privatizados a médio prazo, eliminando-os totalmente, da economia nacional.

Assim como ocorre no caso da Petrobras, a sociedade brasileira precisa responder ao desmanche e à campanha contra a banca pública decisivamente.

Os bancários e os municípios prejudicados devem entrar na Justiça contra o fechamento de agências, levando ao Judiciário e ao Ministério Público informações relativas à verdadeira situação financeira dos bancos estatais e sua importância econômica e social no contexto do processo de desenvolvimento brasileiro.

É preciso que aqueles que dizem que é necessário aumentar a “eficiência”, expliquem onde está a ineficiência de instituições que praticamente salvaram o país durante a crise de 2008, que contribuíram para a expansão do crédito, da produção e da infraestrutura e que, na última década, deram dezenas de bilhões de reais em lucro.

Enquanto o sistema financeiro privado internacional, por ineficiência, desonestidade e fiscalização, levava a economia global ao colapso.


 Blog do Mauro Santayana

31 de janeiro de 2017

Crise econômica: como chegamos aqui e como superá-la

A recuperação prometida pelo governo Temer não se confirmou. A recessão brasileira é mais profunda e as medidas adotadas até agora não são a solução.

Por Ricardo Carneiro*
A decepção do empresariado brasileiro e do governo Temer com a continuidade da crise e a não confirmação das expectativas de uma recuperação imediata sugerem que se discuta em maior profundidade a sua natureza e o caráter peculiar das medidas necessárias para superá-la.

De início, é forçoso assinalar: vivemos uma crise comandada pelos estoques e não uma convencional determinada pelos fluxos. Vale dizer, uma recessão originada nos balanços. Entre 2011 e 2014, o movimento predominante é o da deterioração dos fluxos, como resultado da desaceleração do crescimento. No biênio posterior, 2015/2016, a característica essencial é a dos choques simultâneos, promovido pela política macroeconômica, a crise política e a consequente degradação dos balanços.

Iniciemos pela exceção, o setor externo, para o qual o ciclo de liquidez em declínio, mas ainda favorável, a sólida posição do setor público como credor líquido, em razão do volume de reservas de cerca de 380 bilhões de dólares e o mecanismo de autocorreção nas transações correntes evitaram a mudança de natureza da crise.

O desequilíbrio de fluxo, expresso em um déficit em transações correntes da ordem de 4,5% do PIB, no início de 2015, foi progressivamente corrigido pela recessão, chegando ao final de 2016 à marca de 1% do PIB. A conta financeira deteriorou-se, embora tenha sido suficiente para financiar o déficit corrente em declínio e importantes movimentos negativos dentro dela.

No setor privado, em particular na indústria, uma grande parte das empresas vivencia hoje uma situação Ponzi. Mais da metade delas, 55%, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, não gera recursos suficientes para servir a dívida.

Isto resultou de um longo processo. Entre 2011 e 2104, crescimento do fluxo de caixa se reduz e as dívidas aumentam, mas ainda a uma velocidade moderada. Por quê? Enquanto a desvalorização do real empurra estas últimas para cima, a redução da Selic e dos spreads contêm seu crescimento.

O quadro é diferente a partir de 2015. Do lado corrente, a recessão, a desvalorização cambial e o tarifaço deterioram o fluxo de caixa. Mas, apesar de sua intensidade, este não é o efeito principal. O choque de juros e a depreciação do câmbio jogam o custo da dívida para níveis elevadíssimos. Em um ano, 2015, a relação fluxo de caixa bruto/despesa financeira, cai pela metade e passa de 1,53 para 0,78, indicando a situação Ponzi.

A situação das famílias, de acordo com os dados da Confederação Nacional do Comércio, é grave. A percentagem com algum tipo de dívida, flutua em torno de 60%, entre 2011 e 2014. Em paralelo, a inadimplência lato senso declina, reduzindo-se tanto o número de famílias com contas em atraso quanto aquelas em default.

Esse quadro muda radicalmente após 2015 com o choque de juros e o aumento dos spreads. A percentagem de famílias endividadas dá um salto brusco para 67% e passa a cair, indicando que aquelas que podem começam a se livrar das dívidas. Ao mesmo tempo, a inadimplência aumenta substancialmente tanto em relação aos atrasos, de 18% para 25% de todas as famílias endividadas, quanto para o default, que avança de 5% para 10% do total.

A situação do setor público é similar. Entre 2011 e 2014, o saldo primário desaparece. Um superávit de 3,2% do PIB em 2011 vira um pequeno déficit de 0,5% em 2014. A despeito disso, a dívida pública declina na maior parte do período, sob o impacto da desvalorização do real e da queda da taxa de juros.

Apenas em 2014, as dívidas bruta e líquida aumentam levemente em cerca de três pontos percentuais do PIB. O quadro é completamente distinto em 2015 e 2016, biênio no qual a dívida bruta aumenta em vinte pontos percentuais do PIB, e a líquida, em doze. A despeito do crescimento do déficit primário para o patamar de 2%, ele tem muito menos relevância na explicação do aumento da dívida movida sobretudo pela carga de juros e, em menor escala, pelo custo dos swaps cambiais.

A análise anterior indica a dupla natureza da crise atual: o declínio dos fluxos de renda e o aumento intenso do endividamento. Este último se comporta como uma espécie de buraco negro, impedindo o efeito multiplicador do gasto. Diante desse quadro, se a evolução do setor externo permitir, a reativação da economia dependerá de dois tipos de medidas: o refinanciamento das dívidas, uma condição necessária, somada à reativação do circuito do gasto-renda, condição suficiente. A despeito de o setor público estar em situação financeira delicada, as iniciativas devem partir dele, em razão de seu tamanho e maior grau de liberdade.

No plano financeiro é necessária uma ampla renegociação das dívidas. Sua condição essencial é uma redução da taxa básica de juros, a Selic, e dos spreads bancários. Quanto à primeira, não só a queda da inflação, mas a taxa interna superior à externa permite sua redução. Os bancos públicos, que não tem a imperiosidade de obtenção de lucratividade semelhante aos privados, poderiam tomar a iniciativa de reduzir os spreads e renegociar as dívidas. A criação de incentivos para o setor bancário privado aderir à renegociação também é crucial.

A queda da Selic reduz a carga de juros e a pressão sobre a dívida pública, abrindo espaço fiscal para o aumento temporário do déficit primário. Este deveria financiar gastos com elevado multiplicador, como políticas sociais direcionadas às camadas de baixa renda e a retomada de obras de infraestrutura paralisadas.

Por outro lado, seria importante incentivar o investimento do setor privado, mormente na infraestrutura por meio de condições especiais de financiamento. A constituição de um pool de recursos postos à disposição dos bancos poderia dar conta desta tarefa. Esses recursos podem ter origem em mudanças na composição dos ativos do setor público, com impacto nulo sobre as dívidas. A securitização da dívida tributária do setor privado e o uso de parte das reservas internacionais seriam os dois candidatos mais imediatos a gerar os recursos desse fundo.

* Professor titular do Instituto de Economia da Unicamp e ex-diretor pelo Brasil do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de julho de 2012 a junho de 2016.
  
 Fonte: Carta Capital

19 de dezembro de 2016

Lula aponta erro do JN e parcialidade de Moro

Em nota, a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aponta erro do Jornal Nacional e condena o que considera parcialidade do juiz Sergio Moro.
Foto: Agência Brasil
O Jornal Nacional veiculado no sábado (17) pela TV Globo incorreu em erro factual ao afirmar que o juiz Sergio Moro teria desligado o áudio durante a outiva do Sr. José Afonso Pinheiro, na ação que trata do afirmado triplex do Guarujá. 

Ao contrário do que foi afirmado pela emissora, Moro não interrompeu o áudio e, além disso, permitiu que a testemunha fizesse insultos a Lula e a mim, seu advogado, durante o ato processual.

Confira a íntegra da nota enviada ao Jornal Nacional:

"Um juiz imparcial jamais teria ouvido o Sr. José Pinheiro como testemunha porque, como filiado a partido político e candidato a vereador em Santos (SP), ele fez campanha usando dos fatos em discussão no processo. Muito menos um juiz imparcial teria permitido que uma testemunha, diante de perguntas objetivas e feitas em tom cordial, respondesse com insultos a Lula e a mim com seu advogado, ao mesmo tempo em que fazia declarações de cunho subjetivo e sem qualquer valor jurídico. O mais grave ainda é que o juiz do caso, além de pedir “desculpas” à testemunha após ela agir dessa forma desrespeitosa, ainda lançou a mim descabidas provocações após o áudio da audiência ser desligado. O assunto e as provas correspondentes serão encaminhados à OAB para as providências cabíveis."

Cristiano Zanin






Fonte: Brasil 247

18 de dezembro de 2016

Joan Edessom Oliveira: Uma mulher morreu, quem se importa?

Uma mulher foi assassinada. Eu não a conhecia, e sei que se chamava Débora pela notícia dos jornais, pequenas notas quase escondidas. Sei que uma mulher foi morta, mais uma, das que são assassinadas diariamente por esse Brasil afora. Quem se importa com mais essa morte? A quem essa morte faz doer?

Eu não conhecia a mulher que foi morta. Sei que era jovem e tinha apenas vinte e três anos de idade. Sei que era uma militante da juventude, e que carregava por ruas e praças a bandeira da União da Juventude Socialista. Sei que era jovem e mãe, e que era uma militante feminista, e que deixa filhos. Sei que devia ter parentes e amigos que, neste exato momento, choram de dor. Mas quem se importa?

No exato momento em que escrevo, no exato momento em que alguns me leem, há outra mulher sendo morta; há uma mulher sendo espancada dentro da própria casa, pelos punhos duros do seu próprio companheiro, ante o espanto e o medo dos seus próprios filhos; há uma mulher sendo violentada em algum beco escuro, por um, dois ou mais seres que há muito perderam o que lhes restava de humanidade; há uma mulher parindo com dor, como fora um preceito bíblico, abandonada pelo pai do seu filho, pela família que não lhe compreendeu, pelos amigos que se afastaram; há outra mulher sendo morta; e há mais uma mulher sendo espancada e morta. Mas quem se importa?

No mesmo instante em que mais uma mulher é violentada e morta, há um homem que justifica o ato, afirmando que ela usava roupas indecentes e provocantes; no mesmo instante em que mais uma mulher é espancada pelo próprio marido, há um homem que diz para nos perguntarmos o que ela fez para merecer isso. Há homens, nesse mesmo exato instante, que acreditam que essas mulheres mortas, violentadas, espancadas, humilhadas, mereceram isso. Alguma coisa elas devem ter feito para merecer isso, é o que pensam. Quando nada, a mera condição feminina já justificou a morte, a violência, o estupro, a humilhação. Enquanto isso, outra mulher foi assassinada. Quem se importa?

Quem matou a jovem Débora? Quem mata, espanca, violenta, humilha, chuta, desfere tapas e pontapés nessas mulheres? São homens, iguaizinhos a mim, a muitos dos meus amigos. Alguns desses homens devem ser nossos conhecidos, devem nos cumprimentar sorridentes nos corredores da repartição, vindos de casa, barbeados e limpos e asseados, após mais uns tapas cotidianos na mulher que lá ficou, o olho roxo a lhe lembrar a condição de mulher; bebem conosco no bar, educados e corteses, antes de ir para a casa e agredir a mãe, a irmã, a sobrinha, a própria filha; transitam anônimos pelas ruas das cidades. Mas quem se importa?

A jovem Débora que foi morta, a jovem mãe e mulher que foi morta, será apenas um número a mais numa bárbara e macabra estatística, enquanto nós não nos importarmos de verdade, enquanto cada morte dessas não doa em nós como se fosse a nossa irmã, ou nossa mãe, ou nossa filha ou companheira. Enquanto nós não nos importarmos de verdade o machismo e a misoginia continuarão fazendo vítimas. Enquanto não nos importarmos de verdade haverá homens que matam e agridem e haverá homens que justificarão esses atos e que defenderão os agressores.

Por isso, a cada mulher agredida, violentada e morta, precisamos nos perguntar, a nós que nos dizemos homens, que desfilamos por aí orgulhosos da nossa condição de homens e machos: Nós nos importamos?

Joan Edesson de Oliveira é educador, Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará.

Por portal vermelho

18 de julho de 2016

Artistas e intelectuais lançam a campanha Canta a Democracia

Um grupo formado por intelectuais e importantes artistas da cultura brasileira criaram uma campanha a fim de arrecadar fundos para dois grandes espetáculos em defesa da democracia.
Bete Mendes é uma das participantes do Canta a Democracia
"Serão dois grandes espetáculos, um no Rio de Janeiro, outro em Nova York. Arte, música, vídeo e poesia no palco com um único objetivo: defender a democracia brasileira. Sem priorizar partidos políticos. Sem financiamentos ou apoios de grupos específicos. Os shows serão bancados por uma campanha totalmente independente. Por um Brasil mais ético", diz trecho do texto de divulgação.

A campanha, chamada 'Canta a Democracia', que está no Catarse, é de "artistas e nomes fundamentais da cultura brasileira que se uniram, voluntariamente, para denunciar o risco da perda de direitos básicos da cidadania e de nossa democracia".

"(...) querem defender os direitos de todo cidadão brasileiro. O Brasil das mulheres. Dos negros. Dos cidadãos LGBT. Dos indígenas. O Brasil dos trabalhadores, dos aposentados, dos estudantes, de todos nós. O Brasil que já teve importantes conquistas e não pode, de forma alguma, voltar para trás. Um país que tem de preservar o que já conseguiu com muita luta. Um país que tem de assegurar o direito do voto. Um país que diz não ao golpe", anunciam.

"A ideia é contar, nos dois espetáculos, com muita música, arte, vídeo e poesia, os principais fatos políticos recentes da nossa história, nossas lutas, o que ganhamos nos últimos anos, o que estamos sofrendo, o que não podemos perder", detalha a campanha. "Os espetáculos serão gravados para transmissão posterior em canal de televisão e para a produção de um vídeo. E ali, ao vivo, multiplicaremos nossa força transmitindo para todas as redes sociais, denunciando ao Brasil e ao mundo, como a nossa democracia está sendo usurpada".

Participam da iniciativa, que começou a arrecadar fundos na última quinta-feira 14, nomes como Wagner Moura, Bebel Gilberto, Fernando Morais, Letícia Sabatella, Tico Santa Cruz, Zélia Duncan, Bia Lessa, Ernesto Neto, Sérgio Sérvulo da Cunha, Márcia Tiburi, Edgard Scandurra, Tata Amaral, Arrigo Barnabé, Roberto Amaral e Daniel Filho.

A ideia é atingir a meta de R$ 170 mil até o dia 4 de agosto para realizar um show no Rio de Janeiro no dia 23 do mesmo mês, no Circo Voador. Caso a meta seja superada, a produção de Nova York se inicia com o Shout For Democracy Concert, no tradicional Apollo Theater.

Para contribuir clique em Canta a Democracia

Assista ao vídeo sobre a campanha Canta a Democracia:


Fonte: Brasil 247